Eu nunca fui bom com decisões. Quando decisões envolvem outras pessoas, elas são mais difíceis, ainda mais quando a decisão é se alguém vai viver ou morrer. Nesse momento, você deve estar pensando que é uma pessoa, bom, é um passarinho, que não deixa de ser uma vida.
Acho que esse foi o dilema mais horrível que eu já tive, talvez o único ou o único que eu lembro. Era uma quarta, tinha um campeonato na escola e o tempo tava agradável. Eu e meus amigos, pelo menos alguns deles, nunca fomos chegados em futebol, então a gente saiu da quadra e fomos pro pátio, que também não era muito interessante. Agora, eu não sei dizer se foi antes ou depois da gente sentar no pátio, mas em algum momento a gente achou um passarinho no chão. O que a gente fez no pátio não foi muito interessante, talvez se resuma em eu tocando asa branca na gaita, no Nicollas tocando "Dirigindo meu carro funk" no celular e o Fabrício, bem, sendo o Fabrício. Mas voltando ao passarinho, a gente chegou bem perto, pra ver se ele conseguia voar, talvez só por curiosidade, mas ele não voou. Não é todo dia que você vê um filhote de passarinho no chão, pelo menos por aqui, então nosso primeiro intuito foi tentar ajudar ele. Depois de um tempo olhando ele no cantinho, a gente resolveu pegar ele, o que geralmente não deve ser feito, porque tem chances da mãe dele voltar, que leva cerca de uma ou duas horas, coisa que a gente não sabia, mas fizemos sem saber, quando ele foi pego já tinham passado 3 horas. Era um menino de cabelo cacheado andando pela escola com uma caixa. Na caixa, um passarinho, uma tampinha com água (que ele não bebeu, filhotes de passarinho não conseguem beber água e nem comer sozinhos) e algumas folhas, que depois de horas se tornaram o ninho dele ou algo próximo disso.
Durante o tempo que ele ficou na caixa, que estava aberta, o que eu mais escutei é que ele iria morrer... Escutei de um colega, do tio, de pessoas que não significantes o suficiente pra eu saber quem são. O tio, que não é meu tio, mas como todo funcionário da escola, é chamado de tio, me disse que ele não ia beber a água, o que me deixou preocupado, como eu iria alimentar esse carinha? Me disse que passarinho nessa idade não pode ser criado, que ele não aguentaria, que ele ia morrer, que eu devia deixar ele lá. Bom, fico feliz em dizer que o que o tio disse não aconteceu, fico triste em dizer que a mãe dele não voltou. Eu não sei vocês, mas se ajudar alguém está no meu alcance, eu vou ajudar. Eu não podia deixar ele lá, sem saber se a mãe dele voltaria depois de horas, pensando que haveria mais um turno de aulas, sabendo que o fundamental estuda lá, que crianças podem ser cruéis, sabendo que ele podia ser morto pela diversão dos outros... Trouxe ele comigo.
Acho que esse foi o dilema mais horrível que eu já tive, talvez o único ou o único que eu lembro. Era uma quarta, tinha um campeonato na escola e o tempo tava agradável. Eu e meus amigos, pelo menos alguns deles, nunca fomos chegados em futebol, então a gente saiu da quadra e fomos pro pátio, que também não era muito interessante. Agora, eu não sei dizer se foi antes ou depois da gente sentar no pátio, mas em algum momento a gente achou um passarinho no chão. O que a gente fez no pátio não foi muito interessante, talvez se resuma em eu tocando asa branca na gaita, no Nicollas tocando "Dirigindo meu carro funk" no celular e o Fabrício, bem, sendo o Fabrício. Mas voltando ao passarinho, a gente chegou bem perto, pra ver se ele conseguia voar, talvez só por curiosidade, mas ele não voou. Não é todo dia que você vê um filhote de passarinho no chão, pelo menos por aqui, então nosso primeiro intuito foi tentar ajudar ele. Depois de um tempo olhando ele no cantinho, a gente resolveu pegar ele, o que geralmente não deve ser feito, porque tem chances da mãe dele voltar, que leva cerca de uma ou duas horas, coisa que a gente não sabia, mas fizemos sem saber, quando ele foi pego já tinham passado 3 horas. Era um menino de cabelo cacheado andando pela escola com uma caixa. Na caixa, um passarinho, uma tampinha com água (que ele não bebeu, filhotes de passarinho não conseguem beber água e nem comer sozinhos) e algumas folhas, que depois de horas se tornaram o ninho dele ou algo próximo disso.
Durante o tempo que ele ficou na caixa, que estava aberta, o que eu mais escutei é que ele iria morrer... Escutei de um colega, do tio, de pessoas que não significantes o suficiente pra eu saber quem são. O tio, que não é meu tio, mas como todo funcionário da escola, é chamado de tio, me disse que ele não ia beber a água, o que me deixou preocupado, como eu iria alimentar esse carinha? Me disse que passarinho nessa idade não pode ser criado, que ele não aguentaria, que ele ia morrer, que eu devia deixar ele lá. Bom, fico feliz em dizer que o que o tio disse não aconteceu, fico triste em dizer que a mãe dele não voltou. Eu não sei vocês, mas se ajudar alguém está no meu alcance, eu vou ajudar. Eu não podia deixar ele lá, sem saber se a mãe dele voltaria depois de horas, pensando que haveria mais um turno de aulas, sabendo que o fundamental estuda lá, que crianças podem ser cruéis, sabendo que ele podia ser morto pela diversão dos outros... Trouxe ele comigo.
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